Educar para a diversidade

Os nossos amores

Hoje apetece-me falar sobre educação. Falar da mudança dos comportamentos que tem de existir, na educação das crianças e na forma como exercemos a parentalidade.
De onde acham que nasce a violência?
Quem a alimenta e nos ensina desde cedo a fazer julgamentos?
Onde estão os piores exemplos de preconceito e ódio?
Como diz o meu amigo Pedro Vieira, estas são as perguntas cocós que temos de fazer, para perceber a sua origem.
Estou por exemplo a pensar, porque razão não há mais crianças a interagirem, de forma saudável, com outras crianças de diversidade funcional e neurodiversidade ou neurodivergentes, seja no contexto escolar ou social?
Esta sim, é uma pergunta mágica!
Vamos verificar possíveis respostas mágicas:

  • Será, que é por acharmos que a deficiência ou incapacidade do indivíduo, não serve de instrumento de aprendizagem para  descobrirmos as nossas potencialidades noutros campos?
  •  Por recearmos o que não entendemos, e preferimos enfiar a cabeça debaixo da terra?
  • Estamos com medo de preparar as crianças para uma construção social da realidade?
  • Por consideramos que temos mais a ganhar, separando as crianças "normais" das "anormais" numa sala de aula, dando o mau exemplo da abstenção, indiferença, desinteresse? 
Por experiência própria, conviver com a diferença faz-me muito bem. Ensina-me o que é aceitação, respeito, tolerância, paciência, compaixão, entreajuda, amor, amizade, solidariedade, cooperação e muito mais.
Acham que as crianças não se iriam sentir agradecidas mais tarde, quando se aperceberem que a sociedade lhes ofereceu um Tesouro destes?
Já se ofereceram para dar de comer a uma pessoa com incapacidade para o fazer sozinha?
Eu já presenciei uma situação destas, raras de ver mas aconteceu.

Eu e o Nuno, temos dois filhos, um casal. Ambos, dão de comer ao pai que tem paralisia cerebral. Ambos, estão a ser educados para evitarem a palavra "deficiente" porque, por si só, é uma palavra limitadora e com uma parede daqui até à lua. São educados para não terem medo de abraçar, beijar aquela pessoa que afinal, é um ser humano como eles.
Depois, concordo quando o Saramago dizia que os nossos filhos, na verdade não são nossos. Os filhos são do Mundo.

Nuno Rogeiro afirmou uma vez, que não ia ser fácil fazer o Brexit porque nunca ninguém o fez antes. É esta reflexão que teremos de fazer na nossa vida pessoal e profissional. Nós nunca poderemos fazer a diferença até alguém nos mostrar como se faz a diferença. Estamos sempre há espera que alguém descubra um modelo de como fazer o quê. Não existem modelos predefinidos para nos ensinar o que é Educação.
Esta, está no berço, lá em casa! Na casa dos mimos e dos afetos. Com sorte, ainda poderá ser transmitida de ADN em DNA, tornando o nosso genoma ainda mais especial.

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