A sexualidade na deficiência visivelmente invisível
Foto de Pedro Costa |
O derradeiro tema tabu: a sexualidade.
Vamos complicar um pouco mais: a sexualidade na deficiência.
Complicamos demasiado porque a falta de informação sobre este mito é, por si só, deficiente. Receamos o que não entendemos ou sabemos, e por isso é necessário fazermos uma busca sobre o tema. É ainda mais importante, desenvolvermos a nossa capacidade para falarmos sobre sexo na deficiência, sem a limitação da vergonha e do preconceito.
A sexualidade é uma necessidade tão básica como comer, andar, respirar e falar. Naturalmente, assiste a todos os seres vivos, mesmo às pessoas com diversidade funcional. Tendencialmente, olhamos para a sexualidade como o ato de penetração. Então penetremos no assunto: há vida sexual para além do coito!
Escrevia, já em 1996, o sociólogo Tom Shakespeare no livro “The Sexual Politics of Disability: Untold Desires”:
“Como as pessoas com deficiência não são capazes de fazer amor de uma forma ‘simples’ ou numa posição convencional, foram impelidas para experimentar e desfrutar de uma vida sexual mais interessante”.
Estas pessoas não deixam de fazer e sentir a sua sexualidade.
Poderei arriscar, se disser que a diversidade funcional trouxe outra perspectiva de viver a sexualidade na sua plenitude. As limitações associadas a cada caso, deram lugar a novas oportunidades e descobertas de sentir o prazer sexual de uma maneira ilimitada. Parece um absurdo mas pode fazer sentido em muitos casos.
É um assunto que diz respeito a todos, embora deva ser abordado de forma individual por ser tão íntimo. Creio que existem falhas significativas no acesso à informação deste tema, que podia ser explorado eficazmente pela classe médica. A generalidade dos médicos concentram o seu trabalho noutras questões, esquecendo de abordar a sexualidade na deficiência, até porque somos todos possíveis "deficientes". A qualquer momento podemos estar limitados a uma cama ou cadeira de rodas.
A mudança de mentalidades têm de passar primeiro por uma mudança cultural e social. Quando somos treinados desde tenra idade a falar e andar, temos obrigatoriamente de aprender a Ser, para aprender a Viver com dignidade e respeito, por nós e pelos outros.
A sexualidade está connosco desde que nascemos até morrermos.
Não existe um Kamasutra específico para pessoas com deficiência. Se houvesse, já acreditavam que a diversidade funcional não é assexuada? Pensem.
Mas o problema maior, não passa apenas pela falta de informação, passa também pelo padrão e estereótipo de beleza que desenvolvemos ao longo da nossa vida. Passa pela não aceitação do indivíduo "deficientizado" pela sociedade, começando no seio familiar. Passa pelo medo de sofrer o preconceito, quando somos uma pessoa dita "normal" a ter uma relação com um "cadeirante".
Deficiência não é sinónimo de doença contagiosa, e mesmo que fosse, posso garantir-vos que foi a melhor "doença" que se me apegou!
A sexualidade na deficiência, é de facto visivelmente invisível e está muito longe ainda da perceção universal.
No entanto, é sabido que o maior medo da humanidade é ficar incapacitado.
Tudo o que é mito e tabu tem de ser afastado do nosso pensamento, o mais rápido possível.
Sexualidade, morte, doenças, deficiência serão sempre temas a evitar porque não sabemos falar sobre os mesmos.
Amar sem limites, é como viver sem fronteiras nas nossas diferenças.
E lembrem-se: a pior deficiência é o preconceito, pois não existe prótese para carácter amputado.
Foto de Pedro Costa |
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